quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A renúncia de Fidel, após 49 anos de poder


Fidel Castro renunciou à Presidência de Cuba após 49 anos no poder, em uma mensagem publicada nesta terça-feira (19) pela imprensa oficial. A saída definitiva dele do cargo ocorre cinco dias antes de o Parlamento definir a nova cúpula do governo.
"Não aspirarei nem aceitarei - repito - não aspirarei nem aceitarei o cargo de Presidente do Conselho de Estado e Comandante-em-Chefe", afirmou o cubano na carta, assinada de próprio punho às 17h30 locais (19h30 de Brasília) do dia 18 de fevereiro.
Último líder histórico do comunismo, Fidel, de 81 anos, anunciou a renúncia após quase 19 meses de convalescença de uma grave doença - de origem intestinal -, que o levou a ceder o comando do país em caráter provisório ao irmão Raúl, de 76 anos, que hoje ocupa o Ministério da Defesa.
A renúncia de Fidel ocorre a cinco dias da sessão do Parlamento na qual ele poderia se candidatar à reeleição para um novo mandato presidencial de cinco anos.
Fidel e Raúl
Na noite de 31 de julho de 2006, Fidel Castro surpreendeu Cuba e o mundo com o anúncio de que cedia o poder ao irmão Raúl, em caráter provisório, depois de sofrer hemorragias. Sem revelar até o momento qual doença o afeta, Fidel admitiu que esteve à beira da morte. Perdeu quase 20 quilos nos primeiros 34 dias de crise, passou por várias cirurgias e dependeu por muitos meses de cateteres.
Caminho aberto
Com sua renúncia, Fidel deixa o caminho livre para Raúl ser eleito presidente do Conselho de Estado, sem que se descarte uma eventual surpresa como o vice-presidente, Carlos Lage, de 56 anos, o que levaria ao poder uma nova geração.
"Felizmente nosso processo ainda conta com quadros da velha guarda, junto a outros que eram muito jovens quando se iniciou a primeira etapa da revolução", destacou Fidel Castro.
"Contam com a autoridade e a experiência para garantir a substituição. Dispõe igualmente nosso processo da geração intermediária que aprendeu junto a nós os elementos da complexa e quase inacessível arte de organizar e dirigir uma revolução", acrescentou.
Fidel e o poder
Em dezembro de 2007, o comandante cubano havia expressado em uma mensagem escrita que não estava aferrado ao poder, nem obstruiria a passagem das novas gerações, mas em janeiro foi eleito deputado e ficou tecnicamente habilitado para uma reeleição no próximo domingo.
"Trairia (...) minha consciência ocupar uma responsabilidade que requer mobilidade e entrega total que não estou em condições físicas de oferecer. Explico isto sem dramaticidade", completou o líder cubano, na carta de segunda-feira.

Desde março de 2007, já afastado do cenário público, sendo visto apenas em vídeos e fotos, Fidel Castro se dedicava a escrever artigos para a imprensa sob o título de "Reflexões do Comandante-em-Chefe".

'Soldado das idéias'
"Não me despeço de vocês. Desejo apenas combater como um soldado das idéias. Seguirei escrevendo sob o título 'Reflexões do companheiro Fidel'. Será uma arma a mais do arsenal com a qual se poderá contar. Talvez minha voz seja ouvida. Serei cuidadoso." Fidel advertiu aos cubanos que "o caminho sempre será difícil e requererá o esforço inteligente de todos". "Desconfio dos caminhos aparentemente fáceis da apologética, ou a autoflagelação como antítese." "Preparar-se sempre para a pior das variantes. Ser tão prudente no êxito como firme na adversidade é um princípio que não pode ser esquecido. O adversário a derrotar é extremamente forte, mas o temos mantido na raia durante meio século", expressou. Na mensagem, o Fidel destaca que nunca deixou de lembrar que seguia uma recuperação "não isenta de riscos". "Meu desejo sempre foi cumprir o dever até o último alento. É o que posso oferecer", ressaltou.
A doença
Desde sua primeira operação, em 27 de julho de 2006, o dirigente comunista luta contra a morte, abalado pela idade e uma saúde não muito forte.
Confira o texto completo da mensagem publicada nesta terça-feira (19) pelo jornal oficial "Granma" no qual o presidente cubano, Fidel Castro, anuncia que deixará o cargo. Na missiva, ele cita o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer como exemplo a ser seguido.

"Prometi a vocês na sexta-feira, 15 de fevereiro, que na próxima reflexão abordaria um tema de interesse para muitos compatriotas. A mesma adquire desta vez a forma de mensagem.

Chegou o momento de postular e escolher o Conselho de Estado, seu presidente, vice-presidentes e secretário.

Desempenhei o honroso cargo de presidente ao longo de muitos anos. Em 15 de fevereiro de 1976 foi aprovada a Constituição Socialista por voto livre, direto e secreto de mais de 95% dos eleitores.
A primeira Assembléia Nacional foi constituída em 2 de dezembro daquele ano e elegeu o Conselho de Estado e sua Presidência.

Antes, tinha exercido o cargo de primeiro-ministro durante quase 18 anos. Sempre dispus das prerrogativas necessárias para levar adiante a obra revolucionária com o apoio da imensa maioria do povo.

Sabendo de meu estado grave de saúde, muitos no exterior pensavam que a renúncia provisória ao cargo de presidente do Conselho de Estado, que deixei nas mãos do primeiro-vice-presidente, Raúl Castro Ruz, em 31 de julho de 2006, fosse definitiva.

O próprio Raúl, que adicionalmente ocupa o cargo de Ministro das FAR (Forças Armadas Revolucionárias) por méritos pessoais, e os demais companheiros da direção do partido e do Estado foram resistentes a me considerarem afastado dos meus cargos, apesar do meu estado precário de saúde.

Minha posição era incômoda frente a um adversário que fez o imaginável para se desfazer de mim e ao qual não queria agradar.

Mais adiante, pude recuperar o controle total da minha mente, lendo e meditando muito, devido ao repouso. Tinha forças físicas suficientes para escrever por longas horas, o que fazia durante a reabilitação e os programas de recuperação. Um elementar bom senso me indicava que essa atividade estava a meu alcance.

Por outro lado, sempre me preocupei, ao falar da minha saúde, em evitar ilusões de que, no caso de um agravamento do quadro adverso, trariam notícias traumáticas a nosso povo no meio da batalha. Prepará-lo para minha ausência, psicológica e politicamente, era minha primeira obrigação após tantos anos de luta.

Nunca deixei de destacar que se tratava de uma recuperação 'não isenta de riscos'. Meu desejo sempre foi cumprir o dever até o último momento. É o que posso oferecer.

A meus compatriotas, que fizeram a imensa honra de me eleger recentemente como membro do Parlamento, em cujo âmbito devem ser adotados acordos importantes para o destino de nossa Revolução, comunico a vocês que não aspirarei nem aceitarei -- repito -- não aspirarei nem aceitarei o cargo de Presidente do Conselho de Estado e Comandante-em-Chefe.

Em breves cartas dirigidas a Randy Alonso, diretor do programa 'Mesa Redonda' da televisão nacional, que foram divulgadas por minha solicitação, foram incluídos discretamente elementos da mensagem que hoje escrevo, e nem sequer o destinatário das mensagens conhecia meu propósito.

Confiei em Randy porque o conheci bem quando ele era estudante universitário de Jornalismo, e me reunia quase todas as semanas com os principais representantes dos alunos, que já eram conhecidos como o coração do país, na biblioteca da ampla casa de Kohly, onde se abrigavam. Hoje, todo o país é uma imensa universidade".

Veja Fotos e Vídeos de Fidel Castro:


Belieth Silva

quinta-feira, 17 de maio de 2007

JOL

Jornalismo Online (JOL) pode ser definido como a coleta e distribuição de informações por redes de computadores como internet ou por meios digitais. Os holandeses Bardoel e Deuze usam um nome específico e adequado para esta produção: network journalism, o jornalismo em rede. Já o professor de jornalismo californiano Doug Millison pensa em uma abrangência maior:
Ainda há outras tecnologias que podem ser incluídas nesta lista: a edição de sistemas de ajuda (help) de computadores, como o Windows Help e o HTML Help, e apresentações de slides para palestras.
Independentemente de suas múltiplas definições, o jornalismo online apresenta algumas características específicas em relação a aspectos que quase sempre existiram nas mais diversas mídias, em diversos graus..
Segundo uma pesquisa informal entre usuários de um site sobre JOL,
cerca de 41% dos participantes apontaram que a instantaneidade é o que mais caracteriza o webjornalismo. A interatividade aparece em segundo lugar, com 28,11%. Já cerca de 19% apontaram que o fato das notícias ficarem arquivadas para pesquisa é o que mais chama a atenção (JORNALISTAS DA WEB, 2005).
Outros autores (ROCHA, 2000; PALACIOS, 2001b; MIELNICZUK, 2001) ampliam essa lista. Para eles, as características mais interessantes do Jornalismo online são:
Instantaneidade.
Interatividade.
Perenidade (memória, capacidade de armazenamento de informação)
Multimediação, programação.
Hipertextualidade.
Personalização de conteúdo, customização.